Falo hoje numa das principais dessas casas, a Casa Amattler, mesmo ao lado da Casa Battló. Foi desenhada por José Puig i Cadafalch como residência para a família do chocolateiro Antoni Amatller, tendo sido construída entre 1898 e 1900. Puig i Cadafalch (1867-1956) deu-lhe uma fachada neo-gótica, com muitos elementos cerâmicos vidrados, brasões e gárgulas em pedra. Em toda a fachada existe um simbolismo que a relaciona com a família e a sua actividade, mas que escapa à observação superficial.
A porta de entrada leva-nos a um átrio de onde parte uma escada em pedra, iluminada por um grande vitral. Desde a entrada podem ver-se esgrafitados na parede e esculturas de animais em pedra ao longo da escada.
Puig I Cadafalch foi um arquitecto da envergadura de Gaudi, mas infelizmente menos conhecido. Projectou vários edifícios em Barcelona, de entre os quais destaco a antiga fábrica de tecidos de Casimir Casaramona, onde hoje se situa a Caixa Forum, que foi recuperada e onde é possível ver várias exposições nos diferentes edifícios fabris. Um ponto mais a visitar em Barcelona.
Mas concentremo-nos no encomendador, o industrial Antoni Amattler, neto do fundador de uma das mais antigas fábricas de chocolate da Europa, a Fábrica Amattler, fundada em 1797 no bairro de Santa Maria del Mar, em Barcelona. Quando Antoni tomou conta do negócio, em 1872, fez uma nova fábrica em Sant Marti de Provençals, que equipou com a mais moderna maquinaria francesa e alemã.
Antoni Amattler tinha viajado pela Europa, era um homem culto, tendo-se tornado num patrono das artes. Investiu em publicidade de forma inovadora tendo utilizado desenhos de vários autores como Rafael Penagos e até Alphonse Mucha. Algumas dessas imagens podem ainda hoje ver-se nas embalagens de chocolate.
Em 1972 a fábrica foi comprada por Simon Coll, outro chocolateiro espanhol, com produção de chocolate desde 1840, que teve o cuidado de manter a qualidade e a apresentação já conhecidas.
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