A romã é uma
infrutescência da família das Punicáceas, e a sua cultura é conhecida desde a Antiguidade. É originária do Médio Oriente, em especial das terras da Ásia
Menor, Transcaucásia, Irão (antiga Pérsia) e Turquemenistão.
Hoje em dia o Irão
e a Índia, são os maiores produtores. Não sei quando chegou a Portugal, mas a sua
produção continua ainda, nos nossos dias, pequena e dispersa. Talvez porque os apreciadores
dos seus belos bagos são poucos, ou porque os portugueses sejam preguiçosos
para descascar as romãs, ou não saibam como fazê-lo.
A romanzeira no Tacuinim Sanitatis (séc. XIV) |
Já usei várias
técnicas para descascar as romãs. Com a Nigella Lawson aprendi a cortá-las ao
meio, horizontalmente e a segurar cada metade, batendo com uma colher de pau. Resulta,
sem sujar as mãos, mas o melhor é seguir os passos dos povos que mais as
consomem e que cortam as duas “tampas”, pondo a descoberto os sítios de
separação dos vários gomos. Depois é só cortar por essa linha e separar os
bagos, tirando as peles que os envolvem.
Este ano ofereceram-me uns frutos maravilhosos. E este poste foi despertado pela sua beleza, que me levou a querer fotografá-los. Mas também, não esqueçamos, o seu agradável gosto. Aprecio-o em especial em salada, colocando os bagos numa taça, temperados com açúcar, canela e vinho do Porto. Gosto de juntar algumas gotas de limão, mas este ano tinha limão caviar e não resisti a juntar algumas “pérolas” desse citrino tão diferente, que não permite dele obter sumo.
E já no século
XX a pintura Maluda deixou-se encantar pela imagem poderosa deste fruto, e de que eu já falei anteriormente. Gosto sempre de voltar a estes lugares felizes.
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