sábado, 16 de junho de 2018

O famoso Agar-Agar

No nosso dicionário gastronómico «Do comer e do falar…» definimos ágar-agar como: «Goma ou colóide hidrofílico extraído de algas marinhas da classe das rodofíceas, tais como Gelidium L., Gracilaria L. e de outras algas vermelhas; apresenta-se sob a forma de barra ou em flocos e é uma mistura de polisacáridos de agarose e agaropectina; serve como gelificante rápido mesmo à temperatura ambiente; derrete a 85ºC e após a dissolução deve ferver 3-5 minutos. 
Do ponto de vista nutricional, funciona como uma fibra alimentar, por ter baixa digestibilidade e consequentemente um valor energético baixo. Gelose.»
Algas vermelhas. Foto tirada do blog Plant Life
Informativo mas pouco atraente sobretudo se o compararmos com a deliciosa história infantil intitulada «O famoso Ágar-ágar».
Achei curioso este pequeno livrinho de histórias, de pequenas dimensões, da colecção Juvenil Bambina. A narrativa é maravilhosa e nas suas 6 folhas, sem gravuras, conta-nos como o pobre Agar-Agar, cordoeiro, casado e com cinco filhos passou a rico na sequência da aposta de dois amigos Set e Sat. A história passa-se na Índia onde o grande califa Casbá foi tomado de curiosidade ao ver um grande palácio que pertencia ao nosso herói.
Embora no início tenha recebido um saco de moedas de ouro de um dos apostadores, rapidamente o veio a perder, quando um milhano lhe roubou o turbante onde havia guardado as moedas. Sucedem-se várias peripécias que justificam o enriquecimento deste homem com nome de gelatina, que manteve contudo a sua simplicidade.
História da autoria de Feral Só
A história demasiado longa para aqui a contar é da autoria de Henriette, provavelmente um nome fictício tal como os dos restantes autores desta colecção, cujos outros nomes: Agallogay, Feral Só e Jovit completam o elenco misterioso.
Além deste livro Henriette escreveu «Baniko e as suas malaguetas» e «A princesa do mar verde», todos publicados em 1955 pelas edições H.G., 1955.
A colecção completa tinha 10 volumes e cada um dos livros incluía um pequeno cromo para recortar, colorir e colar no Albúm Gigante da História de Portugal, que provavelmente nunca chegou a existir.
 Este livro simples, de uma colecção que deve ter tido pouca divulgação, estranhamente não vem mencionado no livro «A literatura Infantil em Portugal» de Domingos Guimarães de Sá, mas daqui não posso tirar qualquer conclusão.  É bom ficarem alguns mistérios por resolver.

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