sábado, 19 de março de 2011

O frigorífico Electrolux de 1939

Portugal começou lentamente a aceitar a eletricidade e os electrodomésticos.
Em 1930 o número de consumidores de electricidade era ainda de 60.000, tendo aumentado para 106.000, em 1936. O ano de 1939 é um ano de referência com 150.000 consumidores e com 179 centrais de serviço público.
Foi nesse ano que a Revista Eva apresentou, no mês de Agosto, publicidade ao frigorífico Electrolux.

Para o promover publicita:«Funciona e regula a temperatura sem vibrações e sem ruídos». E a comprová-lo pode ver-se uma criança que dorme serenamente, abraçada ao seu ursinho.
Com lojas em Lisboa, na Avenida da Liberdade, 141, e no Porto na Praça da Liberdade, 123, a Electrolux apresentava então cinco modelos diferentes.

Em 1925 a Elecrolux tinha comprado a empresa Arctic e lançou o primeiro frigorífico no mercado, o “Frigorífico D”. Mas em 1927 a General Eletric lançou o modelo “Monitor Top” que apresentava o motor circular, em cima do frígorifico. Era o tipo de frigorífico que apresentava ainda pernas altas, baseando-se no aspecto dos móveis, única referência então existente.
Foi um sucesso que durou alguns anos. O frigorífico, utensílio caro, começou a ser vendido em massa nos Estados Unidos, o que permitiu uma baixa de preços.
Mas seria a Electrolux a criar em 1930 o primeiro frigorífico compacto, isto é, com a área de congelação integrada.
1º frigorífico Electrolux compacto. Foto do arquivo da empresa
É o que podemos ver no modelo representado na publicidade. Já sem motor visível, o frigorífico apresenta ainda as pernas altas. Por pouco mais tempo.
Já em 1935 o designer Raymond Loewy, de origem francesa, a viver nos Estados Unidos, tinha desenhado para a Sears o modelo Coldspot, que se assemelhava a um cofre esmaltado. O aspecto do frigorífico foi tão atractivo que as vendas subiram em flecha nos anos seguintes, confirmando a importância do design. Depois deste sucesso os frigoríficos perderam definitivamente as pernas.

2 comentários:

A.Teixeira disse...

Algo que me parece distintamente único - nunca encontrei nada que se assemalhasse - é o cheiro do interior de um frigorífico novo, por estrear.

Ana Marques Pereira disse...

A. Teixeira,
Acho que tens razão, mas os meus felizmente duram tantos anos que já nem me lembro.