A empresa Vacuum Oil chegou a Portugal em 1896 e tornar-se-ia, 60 anos mais tarde, na Mobil Oil. Destinava-se à comercialilização de petróleo e foi responsável pela introdução em Portugal de fogões, calorífero e candeeiros a petróleo.A publicidade aos fogões da Vacuum Oil surgiu nos anos 20. Os anúncios que apresentamos foram publicados na revista ABC, nos anos de 1925 e 1926.
Seleccionei alguns deles para contar uma fotonovela de como se pretendia afastar a mulher portuguesa do uso do fogareiro de barro, o mais divulgado, substituindo-o por um fogareiro a petróleo, mais prático e limpo.
Na primeira imagem uma dona-de-casa, corta madeira em pedaços para os colocar num fogareiro de barro. Em contraponto uma outra dona de casa, possuidora do novo fogão, borda calmamente enquanto numa cafeteira aquece a água.
Segue-se a imagem da mulher moderna que parte, com um martelo, o antigo fogareiro de barro « que já não se usa».
Uma outra imagem mostra-nos uma mulher moderna, de cabelo curto e vestido de modelo arrojado, que usa o fogão a petróleo porque: «o seu preço é insignificante e é portátil simples, rápido e asseado».
As duas últimas imagens transportam-nos já para um ambiente mais sofisticado e intimista.Na primeira é o próprio marido que, calmamente, com o seu roupão vestido, aquece o chá.
E por último, o casal, no conforto do seu lar, sentado num sofá na sala, aguarda que o chá aqueça.
É uma história em que se enaltecem as virtudes do fogão, mas recomendando sempre a utilização do petróleo Sunflower que, aparece discretamente nalgumas das imagens com a flor do girassol, ostentada num calendário pendurado na parede, para reforçar a mensagem.
Um exemplo de boa publicidade.

Vejamos a que hotel se referem estas ementas.
Foi um hotel importante que tinha a preferência de hóspedes famosos durante as suas visitas a Lisboa, como a grande artista Sarah Bernhardt. Mas era também frequentado por portugueses, sendo ponto de encontro de alguns dos implicados na revolução republicana de 5 de Outubro de 1910.
Viria a fechar em 1912. Em 1921 ressurgiria com o mesmo nome, agora propriedade de Alexandre de Almeida, na Praça Luís de Camões nº 6, fazendo esquina para a Rua do Alecrim e a Rua das Flores. Para simplificar, correspondia ao edifício que hoje é ocupado pelo moderno Hotel do Bairro Alto.
A cronologia permite-nos assim concluir que as ementas se reportam ao primeiro Hotel de L’Europe, onde se comia comida francesa, tal como viria a suceder no segundo hotel. Em prospecto turístico publicitário, não datado mas dos anos 30-40, com hotéis recomendados do grupo Alexandre de Almeida salientava-se, referindo-se a este último, a instalação moderna dessa instalação hoteleira, a «cuisine française» e a «cave soignée».
Como se pode constatar a estrutura da refeição começava com uma sopa, seguida de um prato de peixe, um prato de carne, um prato de legumes, e a coroar a refeição: o prato de assado. Vinha depois a salada, um doce, que num dos casos era um gelado de chocolate e no outro um doce de arroz com molho de frutos e no final o «dessert».
E o próprio papel de ementa recomendava: «Após a refeição um cálice de Bénédictine», o licor de ervas francês, inventado no final do século XIX por Alexandre Le Grand, baseando-se no licor produzido pelos frades beneditinos da abadia de Fécamp.

Este número é em grande parte dedicado aos Grandes Armazéns Herminios. Logo na primeira página tecem-se elogios ao armazém, que se equipara aos seus congéneres internacionais, e a que se seguem rasgados elogios à pessoa do seu Director, o sr. Alberto Mulders, num artigo assinado por Jean de France e intitulado «Homenagem da Parisiana».
Um outro extenso artigo da redacção dá-nos a saber que a inauguração dos Herminios teve lugar a 1 de Julho de 1893, levando o Porto a sair «da velha rotina dos seus costumes modestos e morosos». Enaltecem-se os melhoramentos constantes como o alargamento das vastas galerias, a iluminação eléctrica e «um dos melhores progressos da mecânica, o novo elevador eléctrico», de início recente. Era elogiada a confecção realizada num dos ateliers locais, mas também importada de França, o que explicava a existência de empregados franceses e a preferência da colónia francesa.
A publicação dos catálogos anuais que permitiam a exportação de centenas de produtos diariamente para o resto do País, mas também para Angola, Ilhas e Brasil, era igualmente mencionada.
Os Herminios eram também considerados uma instituição social, uma vez que abrangia cerca de 1.500 funcionários de todas as categorias. Dentro destas actividades sociais salientavam-se as excursões dos empregados, os grandiosos concertos, os”bodos aos pobres”, os saldos de ocasião e os balões oferecidos ás crianças.
Foi um dos grandes armazéns portugueses, a par do Grandela e do Chiado, influenciados pelos grandes armazéns parisienses, como o Bon Marché, que foi o primeiro grande armazém construído em Paris. Com início em 1852 foi alterado em 1878 pelo arquitecto L. A. Boileau e pelo engenheiro Gustave Eiffel. A introdução dos novos conceitos do uso do ferro e do vidro na arquitectura levou à construção de uma armazém luminoso, com cúpula de vidro central e grades de ferro circundando cada piso e deixando um espaço central, modelo que viria a servir de inspiração para vários outros edifícios comerciais.
Os Grandes Armazéns Herminios eram na altura o maior estabelecimento comercial do Porto, visitado pela melhor sociedade. Tinham entrada pela Rua 31 de Janeiro e pela Rua de Sá da Bandeira.
Em 1894 a casa tinha já um moderno sistema de iluminação, ainda antes de o mesmo ser introduzido nos Grandes Armazéns Grandela de Lisboa, o que foi motivo de regozijo para a cidade do Porto.
O catálogo incluía os modelos de confecção para senhora, homem e criança, roupa branca para senhora e criança, camisaria, perfumaria, sapataria, papelaria, passemanaria, faianças e porcelanas, artigos para cozinha e casa, etc.
É interessante notar que vendiam também postais ilustrados, de edição própria, que são hoje objecto de coleccionismo.
Quando estava a fazer os pickles pensei: quantas pessoas no mundo estarão a fazer pickles de salicórnia?.
Com o aquecimento global e a carência de água doce a cultura de plantas halófitas (isto é que crescem em solo salgado), como a salicórnia, para uso como fonte alimentar é extremamente atractiva e há já nalguns países campos de cultura desta planta. Para além de fonte alimentar pode também ser convertida em “biofuel”.
Vejamos o seu uso como alimento: Do ponto de vista calórico 75g (1/2 chávena) têm 100 calorias, 70 g de sódio (cerca de 3% da nossa ingestão diária), hidratos de carbono 2,5 g e 10 g de proteínas. É portanto uma planta rica em proteínas. Pode ser comida crua, cortada em pedaços e misturada em saladas, por exemplo com tomate, ou outros legumes. Temperar como habitualmente, mas omitir o sal. Pode também ser cozida e nesse caso utiliza-se sobretudo em pratos de peixe ou por exemplo com mexilhões. Pode cozer-se ao vapor, no microndas ou alourar-se em manteiga ou azeite para acompanhar salmão ou outro peixe. Usa-se também para quiches ou pratos de ovos. Ainda se pode adicionar em molhos como o molho tártaro ou molhos de iogurte.


Hergé seguiu-lhe o exemplo ao colocar o seu herói Tim Tim na lua. Em 1953 era publicado «Objectif Lune» (Objectivo lua) e em 1954 «On a marché sur la Lune» (Explorando a lua).
Acontece que a nave em que Tim Tim se deslocou, acompanhado dos seus companheiros habituais, serviu de modelo a uma espectacular garrafa de aguardente portuguesa.
Encontrada num mercado de velharias da Covilhã, a garrafa, em grés, sem identificação de fábrica, foi produzida para as caves de S. Pedro, em Aguada de Baixo, Águeda, sob a marca «Foguetão».
Poucas semanas antes, ao visitar o Museu do Chocolate, em Barcelona, tinha fotografado a mesma nave do Tim Tim que inspirara um chocolateiro que reproduziu uma cena do livro de Hergé. Coincidências!.