Não se trata de objectos valiosos, para os quais não tenho capacidade económica e que estão visíveis em muitos museus. São sobretudo objectos úteis, daqueles que, precisamente por não terem grande valor, são deitados fora ou deixados esquecidos em armários ou gavetas. Muitos deles já não se sabe para que serviram e outros já estão esquecidos.
As coisas vão se acumulando (infelizmente é a palavra correcta) por incapacidade de encontrar um local ou apoio monetário para apresentar e manter as peças. Com a crise económica, a que já devíamos estar habituados, as Câmaras e as empresas têm agora mais dificuldade e sobretudo mais desculpas para não dar qualquer apoio.
Assim, como boa portuguesa, continuo à espera, que me saia o Euromilhões. Até lá, e porque tal não deve acontecer tão depressa, decidi fazer um Museu Virtual.
Debrucei-me durante algum tempo sobre um Thesaurus adequado para a classificação das peças. Cheguei a falar com duas amigas minhas, que trabalham em museus, para fazermos esse trabalho, mas nunca chegamos a concretizá-lo por falta de tempo meu.
Tenho no entanto uma classificação feita por mim que se baseia na realizada em França para inventariação do património, que deve ser a melhor, e numa outra americana. Também aqui, à boa maneira portuguesa, adaptei-a e “melhorei-a”. Ficou mais complexa, mas também mais completa e não está acabada, mas será essa que vou usar.
Nela se classificam os objectos primariamente pela sua função geral e depois pela função mais específica.
Fiz fichas que irei apresentar com os objectos e que serão modificadas à medida que for detectando erros.
Os objectos mistério fazem parte desse conjunto, mas outros, nada misteriosos como guardanapos de papel, papel de embrulho de pastelarias, caixas de doces, folhetos de electrodomésticos ou publicitários estão também incluídos.
Inicio assim o meu Museu. Na ausência de espaço real fica suspenso no ciberespaço.
Inicio assim o meu Museu. Na ausência de espaço real fica suspenso no ciberespaço.
9 comentários:
Ana, os meus parabéns por mais esta excelente ideia. Quanto aos objectos nada misteriosos... penso que conseguirás transformar o mais banal testo num disco voador!
Pode ser que haja alguma alma benfazeja que acarinhe a ideia de um museu menos espacial. Bjs.
Sofia,
Obrigada por mais este voto de confiança.Bj.
É de facto uma grande contribuição a que dará classificando e mostrando os instrumentos afectos à alimentação humana;é talvez a base para um trabalho de antropólogo,trabalho imenso que saúdo.Será virtual,mas o país,as gentes já o são.Que alguém à sua altura o prossiga e divulgue a Autora.
José
Ana os meus parabéns pela excelente ideia, mas têm pela frente uma montanha de trabalho.
Eu que também sou ajuntador de outros objectos, sei do que falo.
Se precisar de alguma ajuda, nomeadamente para identificar algumas peças, disponha desde já dos meus parcos conhecimentos.
Já agora aproveito par lhe dizer, que a imagem do painel com os doze bules de Chá, que apresenta na imagem deste tema é um desenho ou esboço feito sobre réplicas de uam colecção editada por colecções Philae. Se quiser uma brochura com a identificação dos mesmos posso enviá-la.
Ab amizade
carlos Caria
Carlos caria,
A gravura dos bules pertence a um quadro que não sei como cá veio parar a casa. Não tem identificação e pensava que era uma cópia de um catálogo de Sèvres.
Gostava de tomar conhecimento dessa brochura. Pode escrever para o meu e-mail do blog?
Obrigada
Parabéns Ana !Pelo trabalho tão rico e diversificado que fazes.Quando criar meu blogger serei tua seguidora.Não pude te acompanhar muito ,nessas últimas semanas.Com muito pesar.Mas agora acho que conseguirei.Um abraço e mais uma vez PARABÉNS!
Continuas a encantar quem te encontrar - entr'outras coisas pela maneira de dizer o simples de modo completo.
Um Museu!?
Desfazias-te das porcelanas, loiças, barros e faianças?
Pelos vistos ainda não é desta que vais esvaziar a casa. Quanto mais virtual fôr o museu mais disfuncional ficará a casa. Coragem, melhores dias hão-de vir e tu mereçes mesmo ter um verdadeiro Museu.
Isabel Kiki
Pirata Vermelho e Isabel Kiki,
Em nenhuma das opções: museu real ou virtual preciso de me desfazer dos objectos. Na primeira hipótese conseguia, como diz a Isabel Kiki não ter uma casa "disfuncional", no sentido em que não é funcional e não no sentido de "doentia". Esta últimas opção, a única posível de momento, permite-me ir mostrando os meus objectos e partilhá-los.
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