quinta-feira, 1 de abril de 2010

O cordeiro Pascal

O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa.
A festa cristã da Páscoa tem origem na festa judaica, que é conhecida por Pessach, que em hebraico quer dizer passagem, referindo a passagem do anjo da morte. Têm contudo significados diferentes.

Enquanto para os cristãos representa a ressurreição de Cristo, para os judeus, descendentes dos hebreus, comemora a saída destes do Egipto, onde eram escravos.
Um anjo enviado por Deus feriu de morte todos os primogénitos egípcios. Assustado, o Faraó aceitou libertar o povo de Israel, o que levou ao Êxodo (Shemot).
Como recordação desta libertação e do castigo de Deus sobre o Faraó foi instituído, para todas as gerações, o sacrifício de Pessach. Desta comemoração judia faz parte a refeição, o seder, que inclui um cordeiro assado, pães ázimos, isto é, sem fermento, para lembrar a pressa com que abandonaram o Egipto e ervas amargas, como o rábano, como símbolo do sofrimento do povo no deserto. Para realçar a importância desta refeição a mesa deve ser posta com as melhores louças e adereços e durante ela deve ser lida a história do Êxodo, para que não possa ser esquecida.

No Novo Testamento a figura de Cristo identifica-se com a do Cordeiro de Deus ou Cordeiro Pascal, pelo seu sacrifício.
Na pintura, como acontece na de Josefa de Ayala, mais conhecida por Josefa de Óbidos, esse cordeiro pascal, inspirado no cordeiro de Zurbaran, foi representado de várias maneiras, mantendo sempre um significado simbólico. Do ponto de vista prático, na tradição católica, manteve-se o costume de comer cordeiro, na maior parte das vezes substituído por cabrito, no Domingo de Páscoa.
Outros símbolos como os ovos, o coelho ou as amêndoas são mais tardios e têm significados diferentes.

Votos de uma Feliz Páscoa, independentemente do que significa para cada um de nós.

4 comentários:

Sofia Loureiro dos Santos disse...

Igualmente, Ana.

Anónimo disse...

Do anjo exterminador de primogénitos inocentes ao deus que imola o próprio filho-agnus dei--vai e permanece um caminho de terrores.Pessoa diria-come amêndoas...
Desejo ao blogue uma "passagem" alegre.
José

Anónimo disse...

Lembrei-me do "compasso"--visita pascal--vivida em casa de meus sogros na Beira-Baixa;segue uma descrição de J.Rentes de Carvalho:

http://tempocontado.blogspot.com/2010/04/domingo-de-pascoa.html

E os folares?Chegavam-me,criança,cada um dentro do cesto de vime,enormes,recheados de carnes transmontanas.Aqui fica a sugestão.
José.

Ana Marques Pereira disse...

José,
Também me lembro dessas visitas do padre a casa no Domingo de Páscoa e que agora só subssitem nalgumas aldeias. Na verdade não sabia que se chamavam "compasso". Obrigado pelas suas intervenções sempre oportunas.