quinta-feira, 4 de junho de 2020

As escovas. Uma grande família


Fiquei com um fascínio por escovas quando vi, há alguns anos, um episódio do Antique Roadshow, onde se apresentava uma colecção de escovas do século XIX e início do XX. O mais interessante era que a colecção pertenciam a uma miúda de 10 anos, que tinha decidido interessar-se pelo tema e possuía uma variedade notável. Conseguia identificar a sua utilidade, assunto que não só desconhecemos como nem nos passa pela cabeça.
https://catherinewhite.com/rough-ideas/2010/07/brushes.html
Na realidade existe um mundo de especificidades a que nem todos são alheios. Veja-se o poste que escrevei sobre a Escovaria Belomonteno Porto.
Encontrei também no Porto uma alfarrabista que possuía uma escova diferente para limpar os livros do século XVIII, outra para os livros do século XIX e uma outra para os do século XX.
Várias escovas de toilete do séc. XIX e XX com costas em prata
Eu própria tornei-me sensível ao tema e vou guardando escovas originais antigas. Há alguns anos lembro-me de ter entrado numa loja em Espinho que vendia escovas e pincéis de fabrico local. Ia fechar e não resisti em adquirir alguns modelos mais interessantes em especial de pincéis de barba. 

Quando hoje folheei o 1º volume da Encyclopedia Pratica, que começou a ser publicada em 1905, encontrei um artigo sobre escovas. Nele se descrevem os materiais com que habitualmente eram confeccionadas as “costas” e o tipo de pêlos empregues nas “barbas”. Uma diversidade que nada tem a ver com as escovas de hoje, que são todas em plástico.
Há poucos meses comprei uma escova para o cabelo e desloquei-me de propósito à Casa Polycarpo onde compro este tipo de material. Passado pouco tempo escorregou da bancada para o chão e a ponta do cabo partiu-se. Apanhei-a e pensei em colá-la. Coloquei novamente a escova sobre a bancada, agora desequilibrada pela falta da extremidade, e rolou novamente para o chão separando-se o cabo da escova. Não consegui evitar uma gargalhada e pensei que nunca mais comprava uma escova de plástico. É contudo uma realidade difícil de contornar.
Fiquemos pois com os vários modelos existentes à época. Fiquei fascinada com as escovas para “lavar caras”, que desconhecia. Ainda existem e chamam-se presentemente «escovas para limpar o rosto» ou de «limpeza facial» e são um bocadinho diferentes.

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