Durante o
século XIX os portugueses descobriram as bolachas e biscoitos, feitos
industrialmente, pela mão dos ingleses. A indústria de bolachas começou em
Inglaterra com a criação da fábrica Huntley & Palmers, em 1822.
Outras se lhe seguiram e várias fábricas começaram a vender o seu produto em
Portugal, distribuído por diversas casas comerciais, em atrativas caixas
coloridas, geralmente cúbicas, de grandes dimensões.
No que respeita à fábrica aqui mencionada, de que mostramos esta bela caixa, a Fábrica Popular de Bolachas e Biscoitos, foi inicialmente dirigida por MM. Gonçalves e Silva. Fundada em 1890 tinha a sua frente um homem experiente que tinha já trabalhado noutra fábrica do mesmo tipo, provavelmente na Fábrica da Pampulha, fundada em 1870.[1]
Em 1908 mudou as instalações para terreno próprio em Lisboa, na Rua da Junqueira, Nº 288, num edifício que hoje já não existe, e que se encontra documentado na tampa desta caixa e em vários anúncios publicitários.Segundo um artigo de jornal da autoria de H. Léon,[2] que visitou Portugal, nela eram empregues as melhores farinhas. Na sua constituição entravam também manteiga, ovos e perfumes (aromas). Feita a massa, era achatada com rolos, e passava depois a aparelhos especiais (franceses e ingleses) que cortavam automaticamente as bolachas e biscoitos, que iam depois ao forno.
Eram em seguida colocadas em latas de folha-de-flandres, ornamentadas “com lindas etiquetas”. Quanto às variedades eram descritas cerca de 91, sendo as mais conhecidas as de Araruta, Combinação (30 variedades); Maria e Patriotas. Estas últimas mostravam o retrato de um personagem importante de Portugal, em pontilhado.
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0 Anunciador Artístico 1913 |
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Imagem do IPPAR. Foto de Henrique Ruas. |
O grafismo
republicano nas folhas usada para envolver as caixas de bolachas, é muito interessante
e possuo uma bela colecção que apresentarei oportunamente. Para já ficamos com
estas belas imagens.