Falando à
antiga, cresceram-me os dentes a comer cherovia. Em Portugal, é apenas na região da Covilhã que
cresce esta raiz (Pastinaca sativa), classificada definitivamente por
Lineu, em 1753, no livro Species Plantarum. Até então existiam muitas
confusões entre esta e a cenoura, sobretudo numa época com menos uniformidade
desta última. As duas eram "raízes" e por isso mesmo desprezadas na Idade Média.
As cherovias
surgem pela primeira vez num livro de culinária em 1450. Maestro Martino da
Como, dá uma receita de cherovias fritas no livro De honeste voluptate. Outros
se lhe seguem. Durante a Renascença foi recuperada, para cair mais tarde no abandono,
substituída pela batata.
Fico por aqui
na sua história. Este texto é uma parte da comunicação que fiz durante a minha
entronização como confrade de honra da Confraria da Cherovia e da Panela no
Forno, na Covilhã, no passado dia 28 de Setembro.
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Aveludado de cherovia |
No juramento
prometia-se divulgar estes produtos característicos da cidade. Cá estou a fazê-lo, embora o meu empenho seja sobretudo dirigido à Pastinaca. |
Panela no forno |
Nos últimos
tempos tem sido descoberta pelo cozinheiros e foram criadas novas receitas. Aqui
lhes mostro a ementa do jantar que tivemos no restaurante A Laranjinha, referência a um antigo jogo com bolas, onde
comemos muito bem. |
Sobremesa: Imperador de cherovia e creme inglês |
A acompanhar
este evento houve três dias de festejos que incluíram uma feira onde se podia
comer a cherovia nas suas variantes e outros sabores da região, como o famoso
pastel de molho, de que falei há já uns anos.
Já acabou,
mas para o ano há mais festa, novamente em Setembro. Não percam!
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