Ir à Baixa é cada vez mais um prazer. Felizmente passou de uma zona relativamente morta, após o incêndio do Chiado, para uma zona da cidade cada vez mais movimentada. É verdade que muitos dos locais que recordávamos foram fechando, mas agora existem lojas novas, que se vão descobrindo ao passear pelas ruas.
Hoje fui à Baixa com um propósito: visitar uma loja que vende produtos açorianos.
Desci o Chiado, bebi uma cafézinho na
Bénard e passei pela Rua Anchieta para ver os alfarrabistas que expõem na rua todos os sábados.
Aproveitei e fui à Loja da Catarina Portas, a
Casa Portuguesa, que fica na mesma rua. Logo ao lado a
Bertrand abriu agora aquilo que chama um “outlet”. O espaço é interessante, mas os livros têm como único atractivo serem baratos. A qualidade foi esquecida. Penso que a estratégia tem que ser outra. Pode passar por venderem livros manuseados mais baratos ou fazer outro tipo de promoções. Como está vai tornar-se num espaço morto.
Desci depois o Chiado e na Rua do Ouro visitei a
Ourivesaria Sarmento que abriu agora um espaço expositivo modernizado, para comemorar os 140 anos de existência. O Rodrigo Sarmento mostrou-me a loja renovada. Têm agora na parte interior da loja uma exposição de joalharia moderna de autor e quadros actuais, a par da colecção de pratas da própria ourivesaria.
Fui depois à
Loja das Águas, do José Marques, uma loja cheia de curiosidades e objectos de coleccionismo, onde não resisti e comprei um quebra nozes, que mostrarei dentro de algum tempo.
Finalmente cheguei ao
Espaço Açores, que fica na Rua de S. Julião, 58. A loja pertence aos proprietários da Fábrica de Licores Eduardo Ferreira & Filhos, que são responsáveis, entre outros, pela produção do Licor de Maracujá Ezequiel, que existe desde 1936.
Uma amiga tinha-me dito que tinha lá comprado uma carne dos Açores óptima e queria experimentar. Acabei por comprar muitas outras coisas, em parte por iniciativa própria, mas também ajudada pela empregada, que é eficientíssima e simpática.
Costumava encomendar chá dos Açores, mas agora já posso comprar a variedade
Orange Pekoe do
Porto Formoso, que é aquela que mais gosto. Mas se preferirem têm também o chá preto e o verde da
Gorreana.
Comprei uma caixa de doces «Espécies de S. Jorge», com um cheiro intenso a erva-doce e um aspecto tão antigo que parecem saídos de um quadro da Josefa de Óbidos.
Não resisti e comprei também uma manteiga saborosíssima e queijos de S. Jorge e de S. Miguel. Mas existem outros em alternativa.
Comprei também “ananás bébé” que tem metade do tamanho dos que estamos habituados, sendo-me garantido que eram mais saborosos. Logo ao jantar vou confirmar quando os comer acompanhados por morcela dos Açores, frita às rodelas, como me foi sugerido pela vendedora.
Comprei também atum em azeite, linguiça regional do Pico e massa de pimentão. Esta vou utilizá-la amanhã para fazer migas à alentejana, que aprendi a fazer na semana passada numa aula de Culinária no Hotel Refúgio da Vila, em Portel.
Mas há muito mais, como podem constatar quando visitarem este espaço que recomendo. Porque o que é nacional é bom.