domingo, 30 de dezembro de 2018

Feliz Ano Novo de 2019


 No final do século XIX e início do século XX era frequente os postais apresentarem-se em colecções. Por vezes vinham numerados para mais fácil seguimento e contavam histórias, com um fim moral ou não. Alguns eram simplesmente uma sequência humorística; outros correspondiam a fantasias românticas. Esta sequência de postais apelava ao coleccionismo e eram sobretudo as jovens que adquiriam belos álbuns para os manter conservados e facilmente consultados.
Até à primeira Guerra Mundial houve uma verdadeira loucura no envio destas missivas, que incluíam mensagens de amor, enviavam felicitações pelo aniversário ou pelas principais festas, ou simplesmente davam notícias das viagens efectuadas.
Foi sobretudo em França que entre a década de 1920 e 1930 surgiram os chamados postais românticos ou Mille Baisers, designação tirada da expressão de despedida final amorosa «Mil beijos». Muitos deles são fotografias reais, feitas numa época de desenvolvimento dessa técnica e eram depois complementados com cor, desenhos, flores e frases adaptadas à situação.
De qualquer modo a escolha de um postal ilustrado para envio postal foi sempre importante e relacionada com a pessoa que o recebia. A sua imagem era já, independentemente do texto, uma mensagem enviada a quem a recebia.
Na série que aqui apresento e que se destina a desejar um Feliz Ano Novo há uma história que passa pelos festejos de passagem de ano com champanhe e ostras. A série, não numerada deve estar incompleta porque, para além da alegria do casal amoroso neste «Joyeux Reveillon», nada acontece.
Fiquemos então com a ceia leve e a atitude positiva de que o novo ano seja melhor do que o que finda.
Felicidades para 2019!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Feliz Natal de 2018

Desejos de um Feliz Natal a todos os seguidores do blogue.
Sinto-me em modo natalício minor mas não quero deixar de expressar os meus votos de Boas Festas e de mostrar a minha versão minimalista das decorações deste ano.

sábado, 15 de dezembro de 2018

Convite: lançamento do livro «Vestir a Mesa», em Lisboa

Dia 20 de Dezembro, às 18 horas, vai haver o lançamento do meu último livro «Vestir a Mesa- Dressing the Table», na Livraria Ferin.
A apresentação será feita pela Prof. Ana Isabel Buescu.
Eu farei uma pequena apresentação e os agradecimentos, neste caso muito especiais, uma vez que o livro foi feito através de uma campanha de crowdfunding . 
É-me grato constatar que embora não existindo ainda o livro materialisado tantas pessoas acreditaram que ele viria a existir e que justificaria o valor que por ele pagaram antecipadamente.
O livro ficou lindíssimo do ponto de vista gráfico e o tema é completamente inédito no panorama nacional e internacional.
Venham assistir, confirmar estas afirmações e seguramente rever amigos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

O convite de Luís XIV a Molière


 A maior parte das vezes olhamos para as coisas e só vemos uma parte. Isto é, recebemos a mensagem e aceitamo-la como se nos apresenta. É a diferença entre olhar e ver. Este “ver” pressupõe análise.
Foi o que me aconteceu com uns cromos publicitários de chocolate em que se reproduz um almoço do rei Luís XIV com Molière.
François-Jean Garneray.
Os cartões pecam pela incorrecção histórica com a imagem do rei de costas, o rei sentado no lado mais estreito da mesa, ou a presença de copos sobre a mesa, entre outras. 
Mas onde é que os publicitários da época foram buscar a inspiração? No final do século XIX e início do século XX havia um gosto pelo historicismo, com o uso de imagens “à antiga” em cartazes publicitários. Dois dos cartazes de publicidade ao vinho do Porto Rainha Santa, que fazem parte da minha colecção, apresentam essas mesmas características.
Jean Hégesippe Vetter
Mas neste caso concreto a origem é mais remota. A história desta refeição, que provavelmente nunca teve lugar, foi transmitida por Madame Henriette Campan que foi leitora das filhas de Luís XV e a partir de 1774 foi nomeada camareira-mor de Maria Antonieta. Nas suas Memórias, publicadas pela primeira vez em 1822 conta esta história, tal como fora contada por um médico da corte, M. Lafosse, ao seu padrasto.
O pai de Molière era tapeceiro e camareiro na corte. Por sua morte o cargo ficou para o seu irmão Jean. Por morte deste, em 1660, Molière teve que deixar a vida de comediante e exercer o cargo familiar. O seu passado ligado ao teatro fazia com que os restantes camareiros não o aceitassem bem. Sabendo disso, um dia Luís XIV ao tomar a sua refeição matinal ordenou a Molière que se sentasse para comer com ele. Fez então entrar a corte que assistiu à refeição com estupefação, comentando o rei que estava a comer com uma pessoa que os outros camareiros não consideram boa companhia, dando-lhes assim uma lição.
O livro Mémoires de Madame Campan, première femme de chambre de Marie-Antoinette foi um sucesso imediato e teve quatro edições em dois anos. Mas de todas as histórias relatadas esta foi a que foi considerada mais notável, uma vez que humanizava a figura do Rei Sol, lhe tirava a conhecida sobranceria e recompensava o trabalho de Molière.
O sucesso do livro foi seguido por representações imaginadas por vários pintores. Assim, no salão de 1824, podiam-se já admirar duas versões desta refeição: a de Édouard Pingret e a de de François-Jean Garneray. O tema foi retomado posteriormente por Ingres em 1857 e por vários outros pintores, entre os quais Jacques-Edmond Leman, em 1863 e Jean Hégesippe Vetter, em 1864.
Reprodução do quadro de Ingres que desapareceu num incêndio
Vendo agora os quadros, e comparando-os com os cartões publicitários, torna-se claro onde teve origem cada uma destas imagens.
No final, os erros históricos já não podem ser atribuídos aos encarregados de divulgar as marcas de chocolate, mas aos pintores que, no século XIX, imaginaram o cenário deste improvável acontecimento. Molière seguramente que encenaria melhor esta cena.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Convite para Guimarães


Para quem estiver no Norte gostaria de contar com a vossa presença no lançamento do livro «Vestir a mesa / Dressing the Table».
Para os outros é uma boa desculpa para visitar Guimarães.
Apareçam!.