Acordei há dois dias a pensar
nos tabuleiros TV. Acho que foi nos anos 70 que comprei dois tabuleiros
amarelos, mas agora à distância não consigo lembrar-me se alguma vez os
utilizei.
Os primitivos tabuleiros TV
eram feitos em alumínio e surgiram nos USA em 1953, vendidos já com comida
confeccionada pela empresa Swason. Esta firma vendia para o dia de Acção de Graças
(Thanksgiving) peru congelado, mas
nesse ano calculou por baixo o valor total dos perus que necessitava
comercializar. Apenas menos 26 toneladas,
um número impensável no nosso país.
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Fotografia tirada da internet |
Para evitar situações semelhantes
decidiram comercializar peru fatiado já preparado com outros alimentos e, para
o fazer, conceberam uma embalagem em alumínio com várias divisórias. A ideia
foi muito bem recebida e a firma passou a comercializar várias refeições que a
publicidade dizia se destinavam a mulheres ocupadas mas que queriam manter o
hábito dos jantares familiares.
Este foi considerado o
primeiro jantar TV, um sucesso, pois sabem com os americanos apreciam comer à
frente da televisão qualquer porcaria colocada num prato. O tabuleiro usado, em
alumínio, tomou o nome de «tabuleiro TV» e passou depois a ser feito em
plástico, com cavidades para meter o prato, os talheres, os copos e outros alimentos.
Não sei concretamento quando começaram a ser vendidos mas várias empresas como
a Tupperware, produziram-nos em cores vivas.
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Fotografia tirada da internet |
Em Portugal devem ter chegado
no final dos anos 70. Estes aqui apresentados foram feitos na fábrica de plásticos de
Leiria, mas é provável que tivesse sido também produzido noutras fábricas.
Tinham
um ar moderno e faziam lembrar as refeições servidas nos aviões, que então as
pessoas ainda não associavam a má qualidade.
Foram comprados por quem gostava de
novidades mas devem ter sido muito pouco utilizados, não só porque muitas
pessoas ainda não tinham televisão em casa e porque ninguém comia no sofá. Hoje
é possível encontrar os modelos antigos à venda no mercado, mas espantem-se,
ainda há firmas a produzi-los indistinguíveis dos primitivos. Será que há quem
os use?