Estamos na
época do Dióspiro (Diospyrus kaki), um fruto que me dá muitos prazeres
outonais, quando aparece bem gelatinoso e sumarento, ao amadurecer.
Presentemente os supermercados privilegiam as variedades de roer, mais duras,
que se conservam melhor, mas completamente sem graça. Não sei nada de variedades,
mas reconheço-os à distância. Estas dividem-se em função da adstringência. A
sensação adstringente deve-se à presença de taninos, sobretudo quando a fruta
ainda não está madura. Estes têm um alto valor antioxidante, sendo, portanto,
saudáveis por proteger de doenças cardiovasculares e oncológicas.
As “adstringentes”,
como a Kaki (Diospyrus kaki), a Coroa de Rei e Roxo Brilhante, são as mais
comuns, mas precisam de uma maturação adequada antes de serem consumidas.
Quanto às “não adstringentes”, como Fuyo, Hana Fuyo, O Gosho, Giro, Cal-Fuyo,
Fau-fau e Sharon, podem ser consumidas logo após a colheita.
O género
Diospyrus é originário do continente asiático, da China, mas o seu cultivo
iniciou-se simultaneamente também no Japão e na Coreia, nos finais do século
VIII. Hoje são ainda os grandes exportadores, mas em Portugal a sua produção
foi, até há alguns anos esporádica em quintas e quintais. Lembro-me de na minha infância, quando ia para
a escola, passar por uma casa, que tinha no quintal um grande diospireiro, de
que eu ia acompanhando o amadurecimento com os olhos.
Além de
saboroso é muito saudável por extremamente rico em vitamina A, em carotenos, em
flavonóides, em Vitamina C, em Cálcio, em Potássio, etc. e sobretudo é
muito rico em fibras solúveis. Não preciso de
o defender mais, porque é sobretudo muito saboroso quando escolhido na variedade
certa, a chinesa variedade Kaki é uma boa opção, bem maduro, de
preferência já rebentados. Receitas não são precisas. É só lavar, abrir e
servir polvilhado de canela.
Apressem-se, o
seu período é o Outono. Bom proveito!.