Cresci numa época em que não
havia ainda as restrições ao consumo do açúcar. Mas as pessoas tinham bom senso
e dar às crianças doces, chocolates ou refrigerantes era a excepção e não a
regra.
Lembro-me que o meu avô nunca
nos deu um doce. Argumentava que faziam mal aos dentes dos meninos e nós aceitávamos.
Com o tempo deixámos de pedir, por sabermos que era inútil.
Agora as crianças são gordas,
comem imenso e especialmente maus alimentos, onde se incluem os doces e
refrigerantes. Nunca percebi como se passou de uma geração que não queria comer,
não tinha apetite, pelo que era magra, para uma geração de crianças que devora
a comida e é obesa.
Por isso mesmo me surpreendeu
este anúncio de um cocktail para crianças feito com leite condensado açucarado e uma
outra bebida preferida. É verdade que se referem a groselha, laranjada e
bebidas à base de sumos de frutas e não propriamente a refrigerantes que então
se começavam a divulgar.
O anúncio publicado no jornal O Século Ilustrado em Agosto de 1958,
seria hoje dieteticamente incorrecto.