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Brinquedos em alumínio. Museu de Penafiel |
Não podia terminar estas
minhas memórias sobre alumínios sem falar na visita à última fábrica do Município
de Penafiel, a Rodrigo Ribeiro de Magalhães, Lda. Muitas das antigas fábricas da
região foram construídas por trabalhadores que haviam aprendido o ofício na
Fábrica de Talheres de João Abrantes Ferreira, na década de 1950. Concentravam-se
em Irivo e foram fechando a pouco e pouco.
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Foto da exposição de alumínios do Museu de Penafiel |
Resta a fábrica do sr. Firmino
Magalhães, cuja memória dos factos passados nos permite reconstruir mentalmente
a vida na época e compreender a importância daquela indústria para a região.
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Fotografia dos pais de Firmino Magalhães. Museu de Penafiel. |
O projecto recebeu-o do seu
pai Rodrigo Ribeiro de Magalhães, nascido em 1918, e que foi um dos
trabalhadores de João Abrantes Ferreira, na fábrica de cutelaria que
apresentava a marca JAFE e que ajudou muitos dos seus funcionários a estabelecerem-se. Num dos catálogos presentes na exposição de alumínios,
de 1954, podemos ver muitos dos modelos que então aí eram produzidos.
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Cartão comercial. Museu Municipal de Penafiel |
Depois de
uma tentativa sem sucesso de fundar uma primeira fábrica com um sócio,
juntamente com a sua mulher Emília Cândida Antunes, com quem havia casado em
1938, começou a produzir talheres num anexo junto à casa onde viviam e em 1953
registava uma empresa designada Rodrigo Ribeiro de Magalhães, Lda.
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O sr. Firmino Magalhães à entrada da fábrica. |
A seu filho Firmino Magalhães,
com quem falámos, cresceram-lhe os dentes na indústria do alumínio e foi o
continuador da obra do pai. Na década de 1960 construiu no mesmo local a
fábrica ainda hoje aí existente. A indústria foi progredindo com exportações
para o estrangeiro e sobretudo para o mercado colonial.
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Facturas. Museu de Penafiel. |
Com o 25 de Abril todo
esse comércio foi suspenso e passaram-se tempos difíceis. Chegou a ter 30 empregados
e agora tem apenas dois. Mas a alegria, versatilidade e disponibilidade da sua
funcionária Maria Joaquina que salta da fundição para as outras máquinas com a
maior facilidade, suprimem as lacunas que possam existir.
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Fase de fundição |
O alumínio fundido é colocado manualmente
em moldes e arrefecido com um jacto de água. Depois das peças feitas passam por
várias fases de tratamento. Começa-se por as separar ou cortar o que é feito numa
máquina.
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Fase inicial para cortar as peças |
Em seguida, utiliza-se uma outra máquina para tirar as rebarbas, o que
funciona já como um polimento e permite fazer uma selecção da peça. Noutros
casos é feito um polimento com esferas, para maior perfeição. Por último, em
peças que necessitam furação, são furadas para colocar os rebites.
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Fase de tirar rebarbas |
Na altura
que visitámos a fábrica estavam a ser feitas pegas ou asas para tachos e
portanto essa fase era indispensável. O tempo da produção de talheres já vai
longe. Perdura na memória das pessoas e na presença dos moldes que o sr.
Firmino ofereceu ao Museu Municipal de Penafiel.
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Fase de furação |
Graças ao trabalho e
tenacidade do sr. Firmino a sua fábrica mantém-se em actividade, pensando o
proprietário em fazer alguma reestruturação, não a ampliando, que os tempos não
estão para essas aventuras.
Ao partirmos despedimo-nos fazendo votos para que
continue com sucesso e a fábrica se mantenha. É uma luta do passado contra o
futuro e uma adaptação às novas necessidades de uma sociedade de consumo
impiedosa.
2 comentários:
D. Ana Marques Pereira
Belíssima esta trilogia do "Fascínio dos Alumínios".
Bem recordadas estas fábricas, de objectos que utilizamos diariamente e nunca faladas e recordadas.
Os meus cumprimentos
José Leite
José Leite,
Vindo de si este comentário tem mais valor. Obrigada. Cumprimentos.
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