Abre-se a televisão e lá estão
os fogos que devoram o país durante o verão, este ano com a agravante da perda
de vidas de bombeiros.
A propósito, lembrei-me de um
folheto publicado pela associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da
Ajuda (Cruz Verde) para um sorteio de utilidades domésticas que se realizou em
15 de Agosto de 1956.
O dinheiro realizado com a venda
dos bilhetes do sorteio destinava-se à compra duma auto-maca da marca Mercedes,
de cor verde como a cruz que caracteriza a corporação.
Talvez tenha sido esta
ligação que fez com que o infante D. Afonso, um dos primeiros portugueses a
possuir carro, e apreciador da velocidade, exclamasse «Arreda, arreda» para
afastar as pessoas do caminho. Ficou conhecido pela alcunha do «Arreda», mas
quem sabe se não terá sido influenciado pela urgência dos bombeiros em chegar
aos locais, numa forma sui generis de sirene pessoal.
Esta associação teve uma
actividade de grande apoio à população durante o período da revolução
republicana que não foi reconhecida pela Cruz Vermelha, a que não terá sido
alheio o facto de ter sido uma colectividade protegida pela família real, o que
levou a que, em 1911, em assembleia decidissem passar a utilizar o distintivo
da Cruz Verde, em tom esmeralda.
Espero que o objectivo da compra da auto-maca verde tenha sido conseguido. Esta é, pelo menos, uma história refrescante neste verão quente sobre uma associação de bombeiros com 133 anos de existência.
4 comentários:
D. Ana Pereira
A sua lembrança em publicar e divulgar este folheto, é de louvar.
Muito interessante e curioso.
A publicidade da futura auto-maca em verde-alface e o frigorífico marca "Ben-Hur", além dos restantes produtos nele contidos, são dignos de nota.
"Recordar é viver" ...
Os meus cumprimentos
José Leite
José Leite,
Achei o folheto muito interessante e bonito graficamente e serviu-me como forma de homenagem diferente aos Bombeiros, neste momento difícil.
Cumprimentos
E sabe onde hoje se encontram os Bombeiros da Ajuda, e porquê...Uma história deveras interessante.Eles estavam junto do Palácio com o mesmo nome, porém, aquando de um incêndio nas redondezas, deitaram mão a um, ou mais cavalos do Rei e este não achou graça. Logo tiveram de retirar-se para onde ainda hoje se encontram...na Praça da Alegria!
Anónimo,
Agradeço a sua informação adicional.
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