segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Figos cristalizados da Beira Baixa

Tinha que escrever este post enquanto ainda é tempo dos figos.
Deram-me um cesto com figos. Não percebo nada de variedades, mas eram uns figos pequenos roxos. Abri-os ao meio e comi o interior. Nada de entusiasmante. Mas quando me decidi a comê-los com a pele percebi que eram extraordinários.
Lembrei-me então que a minha mãe costumava fazer uns figos cristalizados, pequenos e verdes, que ficavam depois quase transparentes. Uma delícia que eu tinha esquecido.
Não consegui descobrir a receita da minha mãe nos seus muitos apontamentos, que ainda tenho desorganizados, mas procurei e encontrei a receita dos figos cristalizados da Beira Baixa.

É uma receita fácil que só exige paciência.
Receita:
500 mg de açúcar por cada 50 figos

Lavam-se e limpam-se os figos. Leva-se ao lume, num tacho, o açúcar com 2 dl de água e deixa-se ferver até obter um ponto pérola apurado. Juntam-se 2 paus de canela e introduzem-se os figos. Deixa-se ferver. Primeiro estes vão inchar, depois perdem água. Quando o ponto pérola recupera o ponto anterior retiram-se os figos. Põem-se a escorrer num tabuleiro inclinado.
Repete-se a operação mais dois dias.
Ao fim do terceiro dia está pronto. Deixam-se secar. Passam-se depois por açúcar e guardam-se numa caixa. Como alguns figos se emborracharam tirei-os, deixei-os ferver depois mais tempo, esmagando-os ligeiramente com a espátula de madeira e obtive um extraordinário doce de figos.

Do ponto de vista teórico estes figos cristalizados duram imenso tempo. Não o posso confirmar contudo. Cá em casa, quando tentei fotografá-los novamente, porque não encontrei as fotos iniciais deles já prontos, dificilmente arranjei um dúzia.
São os últimos. Para o ano há mais.

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