Em Setembro de 1910, a um mês
da implantação da República, a revista Alma
Nacional publicava, na contracapa um anúncio de homenagem a Alexandre Herculano.
Esta revista republicana surgiu em Fevereiro de 1910, sob a direcção de António
José de Almeida e teve uma periodicidade semanal até 29 de Setembro de 1910.
A forma de homenagear Herculano
consistia na venda de uma fotografia sua sentado sobre «um cesto vindimo» e as
receitas da venda destinavam-se a apoiar as Escolas Liberais.
Alexandre Herculano (1810–1877), com os pulmões cansados do pó dos livros da Ajuda e o cérebro da vida política, retirou-se
definitivamente, em 1867, após o casamento com D. Mariana Meira, para a sua
quinta de Vale de Lobos, em Azóia de Baixo, perto de Santarém.
O papel de Herculano como
agricultor teve resultados muito positivos, em várias áreas, de que a produção
de azeite é a face mais conhecida. A
este aspecto, já minuciosamente estudado por Jorge Custódio, voltaremos noutra
altura.
Por agora fica-nos a imagem de Alexandre Herculano sentado sobre um
cesto de vindima invertido, num momento de repouso da sua actividade. A posição
relaxada e o olhar distante, captados na fotografia, em contraste com outras
anteriores mais formais, não podia traduzir melhor a sua adaptação à vida no
campo, que tanto apreciava.
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