Começou a época dos morangos. É verdade que agora já não há estações para a fruta, mas tradicionalmente os morangos surgem na Primavera. No início evito sempre comprá-los porque são ainda pouco doces, mas a experiência da semana passada foi boa e repeti.
São morangos biológicos, uma classificação absurda que agora usamos para distinguir dos outros de estufa. Não se fala já em variedades.
Dantes havia os morangos canesences que vinham de Caneças e que eram descritos como um fruto grande, vermelho, saboroso e doce. Era pelo menos esta a descrição feita no catálogo da «Arboricultura, Lda.», de Caneças, que data de 1944. Para além desta variedade são mencionadas mais sete. Uma chamada Colares, outra Lisboa, outra Setúbal, e variedades com nomes estrangeiros como La produtive, a Madame Moutot, a Tardive Léopold e a ainda a Surpresa dos mercados.
O catálogo da «Hortícula Conimbricense» de Luís Rodrigues Vicente, de 1954, também descrevia outras seis variedades de morango. Quando abri o catálogo de Alfredo Moreira da Silva & F.os, Lda, de 1974, deparei-me com 25 variedades.
Gostava de chegar ao Mercado da Ribeira e poder escolher: «Dê-me morangos Gaia para misturar com Empereur Nicolas».
Hoje fico contente com estes que, segundo a vendedora, «sabem a morango», o que seria de esperar, mas nem sempre assim acontece.
Temperei-os com açúcar e canela a que habitualmente adiciono vinho do Porto ou limão (ou ambos) e uma erva que transforma totalmente este prato: a hortelã. A hortelã picada não altera o gosto do fruto e torna-o mais fresco. Aconselho vivamente a experiência.
Eu sei que é uma fruta tão boa que se pode comer sem nada, mas porque não melhorá-la?
2 comentários:
Nunca provei morangos com hortelã.Prometo fazê-lo, cada vez que os como e nunca dou tempo, de tal maneira gosto deles assim.
Começou a época da batata nova. Vem aí algo sobre esta delícia?
Bons sabores
C.
Boa tarde, Estou atenta à questão alimentar, nomeadamente no que diz respeito ao uso de agro-químicos e à manipulação genética...por isso, fiquei curiosa com o catálogo n.º 34, Outono de 1964 de Manuel Santos Coelho e Filhos, que encontrei num depósito de uma Biblioteca, onde são referidas vários tipos de morangueiros que hoje, em pesquisas, não se encontram, nomeadamente: Cardinal, Docteur Morére, Général de Castenau e Fertilité. São mencionados outros dois que refere no seu post, o Madame Moutot e o Tardive de Leopold.
A minha questão passa por perceber se estas variedades já não existem devido aos OGM´s que entretanto entraram nos mercados, ou se mudaram de nome.
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