Charles Monselet. Paris Musées |
Ao adquirir vários outros
números do jornal referido vejo a sua imagem numa cartela associada às de Brillat-Savarin e de
Alexandre Dumas Pai e interroguei-me como nunca o havia investigado.
O seu papel como escritor na
área da gastronomia valeu-lhe na época o nome de «Rei dos Gastrónomos»[1]. Foi, juntamente com Grimod
de la Reynière, o Barão Brisse e Joseph Favre, um dos primeiros jornalistas franceses
de gastronomia.
Como
escritor tem uma vasta lista de publicações mas centrem-nos apenas nas que dizem
respeito às áreas da culinária e da gastronomia. Publicou entre outros:
· La Cuisinière
poétique, 1859, com outros autores
· Almanach des gourmands, 1862-1870, 6 vol.
· Teofilo Barla, cuisinier
de la Maison de Savoie: à propos de sa vie et de sa mort, Paris, 1873.
· Gastronomie.
Récits de table, 1874.
· Lettres gourmandes. Manuel de l’homme à table.1877.
Prefaciou a obra
de Joseph Favre, Dictionnaire universel
de cuisine et d'hygiène alimentaire : modification de l'homme par
l'alimentation. 1889-91.
Prefaciou igualmente a obra de Brillat
Savarin. Physiologie du goût. 1879.
No que respeita a periódicos fundou o Le Gourmet: journal des intérêts gastronomiques, em 1858, que publicava receitas
detalhadas a par de comentários gastronómicos.
Colaborou no já referido La Cuisine des Familles. Recueil hebdomadaire de Recettes d'Actualité
très clairement expliquée, très faciles à exécuter (de 1905 a 1908), onde
surge a foto que despertou a minha curiosidade. Este jornal era dirigido por Mme
Jeanne Savarin (1854-1907), um nome feminino a justificar uma divulgação do
tema também junto das donas de casa.
Foi com surpresa que descobri que se
tratava de um pseudónimo de Gabriel-Antoine Jogand-Pagès, jornalista anticlerical
e antimaçónico, que usou muitos outros pseudónimos, adaptando-os ao tipo de
escrita.
Foi com este nome femenino que publicou vários
livros de receitas como:
- La bonne cuisine
dans la famille. Recettes choisies. 1905.
- L'art de bien acheter. 1904.
- Guide de la ménagère pour tous ses achats journaliers.
Afinal não foi apenas Monselet
que descobri. A falsa Mme Jeanne, que chegou a ser descrita como filha de Jean-Anthelme Brillat-Savarin, veio como prémio adicional. È que para além do nome chegou a ter uma pretensa imagem física, divulgada nas suas obras.
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