Os sabores
agridoces tornaram-se o símbolo da cozinha aristocrática medieval, presentes
nas principais obras de culinária da época.
Os molhos eram
preparados com um líquido de sabor ácido (vinagre, agraço, vinho, etc.) aos
quais se adicionavam elementos aromáticos, “gengibre, canela, cravo-de-cabeça,
pimentão, macis, açafrão, noz-moscada, plantas aromáticas, e açúcar ou mel,
considerados na época como especiarias”.
Frontispício do livro Hesperides, 1780 |
Le Viandier. Taillevent |
Os Medici tiveram uma verdadeira paixão pelos
limões que começou no início do século XV com Cosimo de Medici que plantou
citrinos em grandes vasos e continuou com Francesco I de Medici (1541 – 1587).
Na sua Villa, perto de Florença, criou uma limonaia, isto é, uma estufa
com citrinos.
Bartolomeo Bimbi. Citrinos dos Medici. |
Hesperides. 1708. Laranja de Portugal |
Jean Davidsz de Heem, séc. XVII |
Frontispício do livro de Ferrari, 1646
A sua estética com laços coloridos onde se
podiam ler os nomes dos locais de origem dos citrinos foi influenciada por um
livro anterior de Giovanni
Baptista Ferrari publicado em 1646 e igualmente chamado Hesperides sive de
Malorum Aureorum Cultura et Usu Libri Quatuor. Falando sobre citrinos
defendeu o uso de orangeries, para protecção dos frutos nas zonas frias,
tal como nas zonas mais quentes.
Estufa. Livro de Ferrari, 1646. |
Na realidade estas estufas serviam de abrigo às várias árvores citricas que, colocadas em grandes vasos, entravam e saíam de acordo com as estações, como ainda hoje acontece nalguns palácios históricos.
Aqui ficam as belas imagens e voltarei ao tema para
explicar porque o escolhi.