Não resisti a partilhar este
simples folheto de cordel. Estes folhetos, embora já existissem nos séculos
anteriores, tiveram grande divulgação no século XIX. A designação ficou a
dever-se ao facto de serem vendidos pendurados em cordéis, nas bancas de venda
ou mesmo à volta da cintura de vendedores ambulantes.
Os temas eram sempre
populares, com versos ou com textos teatrais, destinando-se muitas vezes a ser
lidos em voz alta por quem tinha alguns estudos para pessoas que não sabiam
ler.
Tinham sobretudo sucesso os
textos jocosos e humorísticos, sendo que a noção de humor, como tenho vindo a
constatar, é totalmente diferente da dos nossos dias.
Neste caso, o texto obedece a essas características glosando o tema das criadas, que então abundavam nas cidades e que são sempre caracterizadas como pessoas que não são de confiança e enganam os seus patrões.
Datado de 1881 e publicado em
Lisboa, apresenta o título sugestivo “Conselho que uma sopeira espertalhona dava
a um criado há pouco chegado da província com quem podia casar e a maneira delle
vir a ser rico em pouco tempo”.
Se o título do pequeno folheto
já é informativo, é ainda completado com umas quadras divertidas que ocupam
quase 5 folhas, onde se explica como “Desviar” algumas moedas nas compras
efectuadas e outros truques do género.
Embora de olho no novo criado,
a quem transmite o seu conhecimento, não despreza a estima do patrão, o que
justifica a gravura que nos mostra uma figura feminina com a legenda: “A
sopeira namorando o patrão e o criado, sem a patroa saber”.
Fica tudo dito!
Adorei
ResponderEliminar