A utilização do gás de hulha
em Portugal começou pela iluminação pública e privada. Para além do seu consumo
ser caro as infraestruturas necessárias, como as tubagens e aparelhos de
iluminação adequados, faziam com que fosse restrito o seu uso.
É evidente que foi nas
habitações em que já estava implantado para iluminação que mais precocemente se
divulgou a sua utilização na cozinha. Mas também aí eram necessários fogões
adequados e apesar das modificações, como se pode observar, a estética não os
afastava ainda muito dos anteriores fogões em ferro assentes em pernas.
Quando no final do século
XIX a Lisbonense se juntou à Gás de Lisboa para dar origem à Companhia Reunida de Gás e Electricidade
(CRGE) tornou-se evidente a necessidade de publicidade ao gás para uso
doméstico.
Este postal com data de 1909
é um dos exemplos bem humorados da divulgação dos fogões a gás, em substituição
dos que utilizavam lenha ou carvão, enaltecendo-se o tempo livre da cozinheira que
até dava para fazer meia e namorar com o seu magala.
Antes do início da Primeira
Guerra Mundial o número de consumidores de gás doméstico tinha aumentado muito,
mas a guerra dificultou o abastecimento da hulha a Portugal e na década de 1920
começavam a surgir novos competidores: os fogões eléctricos. Mas o lisboeta,
que teve sempre melhor acesso aos vários tipos de gás, nunca mais dispensou este tipo
de fogões.
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