A Fábrica de Bolachas da Pampulha, situava-se entre a Pampulha e a Rua 24 de Julho e foi fundada por Eduardo Costa, na década de 1870.
Foi a primeira fábrica de bolachas em Portugal e teve uma produção importante, tendo chegada a produzir mais de trezentas variedades de bolachas e biscoitos. Para além da fábrica tinha um depósito em Lisboa, na Rua dos Retrozeiros, 32-34 e um outro no Porto, que se situava na Rua D. Pedro, 143-145.
O amassador mecânico |
A qualidade dos seu produtos era seguramente boa porque conseguiu ganhar vários prémios com os seus produtos. Era a época das Exposições Industriais chamadas Universais e os prémios nelas ganhos conferiam grande prestígio aos produtos. Na Exposição de Filadélfia, em 1876, ganhou uma medalha de mérito da Associação Promotora da Industria Fabril e em 1878 uma outra medalha na exposição de Paris. Em Portugal foi premiado na Exposição Agrícola de Lisboa, em 1884 e na Exposição Industrial Portuguesa de 1888.
Preparação da massas em lâminas |
Os fornos para cozer as bolachas |
Passavam depois para o quarto piso onde estavam as máquinas de cortar e os fornos para as cozer e por fim passavam para o quinto piso onde eram seleccionadas e acondicionadas em caixas. Esta disposição, que nos parece absurda, fazia sentido se percebermos que o terreno era inclinado e que a matéria prima entrava por baixo, pelo portão do Aterro e saía depois por cima, uma vez que o quinto piso correspondia ao piso térreo da Travessa dos Brunos.
Local de escolha e enlatação das bolachas |
Da grande variedade de bolachas infelizmente não foi feito qualquer registo, o que era habitual à época, mas percebe-se que o proprietário e os seus descendentes tiveram preocupações publicitárias que se manifestaram pela oferta de produtos promocionais, como calendários e outros como é o caso da bolacha que apresentei em anterior poste.
A apurada qualidade gráfica das suas embalagens e cartazes era manifesta e pode ser constatada nos raros exemplares que vão aparecendo. São normalmente de carácter histórico e nacionalista enaltecendo figuras portuguesa como Bocage e o Marechal Gomes Freire de Andrade, como no exemplo apresentado, entre outros. Voltarei a este tema para mostrar outros exemplares que o confirmam.