sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Paisagens alimentares hospitalares

Neste mês de Agosto, em que as pessoas procuram destinos exóticos, fui parar a uma cama de hospital.

Porque este não é um blog pessoal, passo sobre a experiência para me focar apenas no problema da alimentação.

Nos últimos tempos, desde que escrevi o livro «Receitas e Truques para Doentes Oncológicos» tenho feito conferências em vários hospitais sobre o tema da alimentação do doente oncológico.

Descubro agora que, para além de alguns pontos que distinguem os vários tipos de dietas, os erros cometidos são os mesmos.

Com o corpo e o espírito enfraquecido o doente entrega-se ao cuidado do hospital para o alimentar. Confia nele e aguarda que à hora programada a refeição chegue.

No caso concreto, que não especificarei, a refeição chegava, quente e em quantidade suficiente. Exagerada mesma para o apetite. A qualidade dos produtos era boa. Que tenho então eu a dizer?

Durante 8 dias foi-me dada a mesma sopa de cenoura. Talvez não fosse mesmo igual porque me queixei e veio outra. Mas a base era a mesma: uma base alaranjada de abóbora/cenoura, onde num dia finalmente sobrenadavam dois bocados de couve. A sopa nunca foi branca, ou verde ou amarela ou às cores.
Comecei a ficar traumatizada. Hoje, já em casa, ainda estou porque não deixo de pensar nisto e não consigo esquecer o cheiro.
Não vou falar em mais pormenores mas o problemas que acompanham a falta de apetite do doente são agravados pelos seguintes factores:

1 - A falta de variedade, que costumo, nas minhas comunicações,  documentar com um slide que tirei da net «Food Bingo», que representa a facilidade de fazer bingo, pela repetição.

2 - Alimentos duros, que cansam a mastigar.

3 - Falta de molhos que misturem tudo (proteínas, hidratos de carbono, etc).

Fico por aqui. Estou ainda muito cansada.

13 comentários:

  1. Desejo recuperação rápida.Para vir aqui mostrar biqueirões e jaquinzinhos apetitosos.
    Saúde.
    Cumprimentos.
    José

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  2. Beijinho de melhoras! Eu próprio de tantas urgências que ando a fazer, já me sinto mais solidário com todos os doentes que se queixam. Hoje (mais umas 24h) não jantei o malfadado tabuleiro semelhante ao da foto! Recusei-me! Fiz uma bela duma sandocha!

    s

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  3. As melhoras rápidas.

    De facto assim é. O peixe sabe a coisa nenhuma, a hortaliça a nenhuma coisa e a carne a ambas as coisas anteriores. E o pior é o cheiro que se nos entranha e que, por muito tempo, fica a servir-nos de padrão.

    Beijo

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  4. Acácia Rubra,
    Obrigado. Os cheiros é outro capítulo, mesmo para quem está habituado a eles.
    Um bj.

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  5. O seu texto fez-me lembrar a cara da minha mãe no hospital a olhar para a insípida e abundante comida, dizendo " Não queres, filha, há tanta?", com a vaga esperança que eu dissipasse o pesadelo. Melhoras para si cara Ana, as suas ausências fazem-nos muita falta.

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  6. Obrigado T,
    Felizmente as coisas começam agora a melhorar.
    Um bj

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  7. Felizmente! Rápido restabelecimento. Beijinhos.

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  8. Desejamos-lhe um rápido restabelecimento.

    Um beijo

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  9. Eva,
    Obrigado. Faço votos para que esteja tudo bem com os dois. Bj

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  10. Olá Ana,
    Não tenho vindo à net por falta de tempo (férias) e porque tenho o meu PC avariado, mas aqui ficam os meus sinceros desejos de rápidas melhoras.
    Abraço amizade
    Carlos Caria

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  11. Carlos Caria,
    Agradeço os seus votos de melhoras. Um abraço

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