Lançamento na Biblioteca da Covilhã, dia 2 de Dezembro, às 18 horas.
terça-feira, 29 de novembro de 2022
quinta-feira, 24 de novembro de 2022
Queijadas da Ilha Graciosa
Espalhadas pelas belas encostas
da Ilha, alternando com paisagens que parecem saídas de um quadro de João Hogan, podem observar-se manadas de vacas que pastam calmamente. Chama à atenção
a diversidade de cores: malhadas pretas e brancas, castanhas e brancas ou
castanhas, numa mistura agradável à vista. São vacas leiteiras responsáveis
pela grande quantidade de leite produzido que, na grande maioria, é exportado para outras
ilhas. Na ilha é consumido em parte e transformado em manteiga e queijo, o
célebre queijo da Graciosa que compete com o de outras ilhas dos Açores e que alguns dizem ser superior ao de S. Jorge.
O leite serve igualmente
para fazer as Queijadas da Graciosa que antigamente eram designadas por “covilhetes
de leite” ou “queijadas da praia”. Feitas no domicílio passaram, desde há cerca
de 25 anos, a ser produzidas como especialidade
local por Maria de Jesus Félix que abriu uma fábrica para a produção das
mesmas. Mas é possível encontrar outras idênticas em vários pontos da ilha.
A receita é conhecida e
presumo que seja muito idêntica nos vários locais, porque nas que provei localmente não
encontrei diferenças significativas. À vista são queijadas de bicos, habitualmente
cinco, feitas com uma massa fina, levemente franjada nas extremidades. Lá
dentro um creme de leite bem apurado, que lhe dá uma cor escura e que é extremamente
doce.
Fiquei a pensar que, embora
do ponto de visto teórico, seja bom manter as receitas tradicionais, na realidade, hoje em dia, o nosso paladar já não está habituado
a uma quantidade tão grande de açúcar. Dito de outra maneira, entre o rigor
escrupuloso da receita tradicional e os conceitos de alimentação actuais (menos
sal, menos açúcar, etc.) há que optar pela adaptação aos hábitos mais saudáveis
dos nosso tempos. Assim, apesar do meu interesse pelas antigo receituário de culinária, parece-me aconselhável reduzir a quantidade de açúcar da
receita, que faz estranhar o paladar dos não autóctenes. E se eu sou gulosa!
quarta-feira, 16 de novembro de 2022
Guimarães desconhecida
Na última ida a Guimarães tive o prazer de descobrir a Zona dos Couros, cuja visita nos transporta ao passado.
Situada num local central,
recuperado pela Câmara de Guimarães, surpreende pela sua beleza e extensão.
Interrogamo-nos como é possível estar ali tão acessível e não termos tido conhecimento
da sua existência, apesar das múltiplas visitas feitas anteriormente à cidade.
Esta zona situava-se fora
das antigas muralhas e é atravessa pelo rio do mesmo nome (ribeiro de Couros) que
nos passa debaixo dos pés, em várias linhas de água, que vemos correr hoje com
uma limpidez que não teria antigamente. Persistem ainda extensos vestígios da
que foi a importante manufactura das peles, com habitações especiais e
múltiplos tanques onde as peles era mergulhadas, desde a Idade Média.
Impressionam os numerosos
tanques em granito, onde em tempos se mergulhavam as peles, e que formam conjuntos
extensos que se estendem por várias áreas.
Entrando por um portão de
madeira entramos no que hoje se chama o Centro de Ciência Viva. Lá dentro
situava-se o conjunto de habitações da Ilha do Sabão e
uma antiga fábrica Âncora. No seu interior podem ver-se grandes mesas de pedra, sendo as
fachadas cobertas por ripado de madeira que permitia estender no interior as
peles e secá-las. Ao entrarmos
sentimo-nos regressar ao passado e, não sei porque razão, senti-me na Flandres,
local onde nunca estive.
O sabão, tal como o sebo e a cola, eram extraídos da gordura das peles e transformados depois em produtos indispensáveis à vida quotidiana.
Se
em Guimarães já havia tantos locais históricos para visitar, este antigo
conjunto industrial, tão bem conservado, merece ser conhecido e mencionado neste blogue, apesar de me
obrigar a sair da temática habitual. Mas valeu muito a pena esta viagem no tempo.
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
Conferência: “A encenação da mesa” no Museu da Graciosa
No próximo dia 13 de Novembro vou fazer uma conferência no Museu da Graciosa, em Santa Cruz, nos Açores, que tem sempre uma actividade cultural intensa.
Para quem conhece várias
ilhas dos Açores como eu, mas nunca visitou a Graciosa, devo dizer que pertence
ao grupo central e que fica mesmo numa pontinha.
Para explicar melhor mostro aqui as ilhas dos Açores, bordadas num pano de tabuleiro que, por coincidência, encontrei há poucos dias. É engraçado como tudo se une.
quarta-feira, 2 de novembro de 2022
Convite: Caldos, Sopas e Potagens
Convite para assistir à conferência "Caldos, Sopas e Potagens" integrada nos festejos de Guimarães, Minho Gastronómico - "Caldos e Carnes".
Terá lugar no dia 5 de Dezembro, às 11 horas no Museu Alberto de Sampaio e após a palestra iremos visitar as peças existentes no acervo do Museu relacionadas com o tema.
Vai valer a pena.
Pessoalmente já aprendi muito a preparar a conferência.