Com esta imagem idílica, uma gravura de Carl Larsson, onde estão presentes todos os elementos que constituem o arquétipo de Natal: família reunida, harmonia, boa comida, etc., deixo-lhes os meus votos de Festas Felizes.
Não deve corresponder à consoada da maioria, mas não faz mal.
O que conta é a intenção. E o sonho.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2019
sábado, 21 de dezembro de 2019
Boas Festas …diferentes
O cartão de Boas Festas deste
ano tem já 55 anos. Está assinado por Elvira Velez (1892-1981), uma artista extremamente
simpática e talentosa, que distribuía sorrisos por onde passava. Claro que os
mais novos já não se lembram dela, mas se virem um filme da época vão identificá-la
rapidamente.
Foi distribuído durante a representação
da revista Na Brasa, que teve lugar
no Teatro Capitólio, em 1964, pelos vistos no período do Natal. Dessa revista faziam
parte também Maria Dulce, Florbela Queirós e Humberto Madeira.
Aparece aqui pela razão menos
provável: trata-se de uma publicidade às sopas e caldos Maggi. Nas mãos, Elvira
Velez apresenta várias embalagens de Caldo de Galinha. Talvez a sugerir que a tradicional
canja de galinha, que faz parte das ceias de Natal de tantos portugueses, fosse
substituída por estes caldos instantâneos. Subtilezas de publicitários!
sexta-feira, 13 de dezembro de 2019
O guardador de uvas
Esta imagem isolada encontrava-se
felizmente legendada. Trata-se de um guardador de uvas, no Alto Douro, armado,
junto à sua cabana. Na legenda explica-se que na região dos famosos vinhos do Porto
as vinhas são guardadas por homens armados até às vindimas.
Desconhecia esta profissão
que, segundo parece, é tão antiga que já era mencionada na Bíblia.
Para além desta designação de
«guardador de uvas» eram usadas, com o mesmo significado, a de «guardador de
vinha» e a de «vinheiro». Èxiste com o mesmo sentido outro sinónimo, «vinhateiro» que tem também o sentido de cultivador de vinha e que encontramos no provérbio: «É o medo que guarda a vinha, não o vinhateiro».
Defendiam as uvas com unhas e
dentes, ou melhor dizendo com a arma, porque numa notícia publicada no jornal «Diário
Illustrado» de 31 de Agosto de 1873 era mencionado um episódio de um guardador
de uvas que disparou sobre um homem que comeu um cacho de uvas roubado.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2019
Um livro “bom de assoar”
A expressão “bom de assoar” estava
já esquecida na minha memória. Usa-se raramente, o que é fácil de explicar: as
pessoas conhecem cada vez menos ditados, expressões idiomáticas, ditos
regionais, etc. Antigamente os livros na Escola não só nos ensinavam estas
expressões, como nos estimulavam ao conhecimento de mais. Era uma alegria
conhecer novos termos e ditados.
A frase usa-se habitualmente
na negativa “não ser bom de assoar” e aplica-se a uma pessoa de difícil tracto,
o que significa ter mau feitio; ter maus fígados.
Tem
seguramente mais de 50 anos e é espantoso que tenha chegado até hoje íntegro,
com os seus lenços que, além disso, nos obrigam a retirá-los para ler a
história.
O mosquito é vencedor e sai
triunfante da luta mas, cego pela vitória, vai contra uma teia de aranha e
perde a vida.
É no final uma história triste
mas que tem uma moral (como então era costume) e que era a seguinte: «Nunca
devemos perder a cabeça com os nossos triunfos».
Como as vitórias são relativas
e que falta faziam estes ensinamentos a muitas pessoas!
P.S. Podíamos ainda acrescentar outra expressão: «Pois assoem-se a este lenço», que é com quem diz : ora toma lá. Expressão pelos vistos mais rara porque não faz parte da lista do Dicionário referido.
P.S. Podíamos ainda acrescentar outra expressão: «Pois assoem-se a este lenço», que é com quem diz : ora toma lá. Expressão pelos vistos mais rara porque não faz parte da lista do Dicionário referido.
Bibliografia:
Almeida,
José João. (2019). Dicionário aberto de
calão e expressões idiomáticas José João Almeida. Disponível em https://natura.di.uminho.pt/~jj/pln/calao/dicionario.pdf
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
Jantares e amigos
«Os jantares são os laços
inocentes da sociedade» dizia Jean-Baptiste Massillon (1663- 1742) religioso francês, reconhecido pela sua oratória e que certamente
o seria pela vida social a avaliar por esta sua citação.
Assim começava uma pequena
rubrica de um Almanaque do século XIX, sem capa e em que este texto se apresentava
na primeira página, como se eu não pudesse ignorá-la. Na lombada pode ainda
ver-se que se tratava do Novo Almanaque
de Lembranças Luso-Brasileiro de 187?.
Tenho sempre uma curiosidade
pelos Almanaques, um pot-pourris de
informações que no século XIX foram publicados em profusão.
A palavra Almanaque é de origem árabe e vem de “Almanakh”, que significa o “lugar
onde a gente manda ajoelhar os camelos”, isto é, o local em que os nómadas se
reuniam para rezar e contar as experiências de viagens por outras terras. Em
português, almanaque refere-se a uma
publicação que apresenta um calendário, mas que é preenchido com informações
variadas, no âmbito da ciência, da literatura, da história e da poesia, sendo
os textos mais sérios entremeados com assuntos recreativos, como charadas e
passatempos, e por vezes histórias humorísticas.
Novo
Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro foi publicado entre 1872 e
1898 (inclusive) e seguiu-se ao Almanaque
de Lembranças Luso-Brasileiro publicado em 1851 por Alexandre Magno de
Castilho até 1861 e após a morte do fundador por um sobrinho com o mesmo nome e,
de 1872 a 1897, por António Xavier Rodrigues Cordeiro.
Foi nestes almanaques que
Guiomar
Delphina de Noronha Torrezão (1844-1898) colaborou tendo aí ido buscar a
inspiração para fundar o Almanach da Senhoras
planeado no ano de 1870 para sair no ano seguinte, com era habitual, tendo esta
publicação terminado em 1928.
Guiomar Torrezão. Foto tirada da Wikipédia |
Após a sua morte foi a sua
irmã Felismina Torrezão quem assumiu a direcção. No Almanach da Senhoras colaborou também Maria Amália Vaz de Carvalho
(1847-1921) e muitas outras mulheres portuguesas e brasileiras que deram o
melhor de si para fazer ouvir a voz feminina e educar as mulheres com vista à
sua emancipação, numa época em que a sociedade ainda lhes vedava o ensino.
Pelo caminho ficaram excertos
como este sobre o papel dos jantares de que omiti o final por ser menos
interessante.
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Bibligrafia:
Andrea Germano de Oliveira Romariz. (2011). O Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro: Um
ensaio para um Projecto maior?. Dissertação de Mestrado em Estudos
Românicos Cultura Portuguesa. Universidade de Lisboa. Faculdade de Letras.
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
O que se passou entre Isabel, Pedrinho, Glaxo, Tótó e Mimi
Este título longo encima um
poster publicitário que, ao modo da banda desenhada, conta uma história.
Suspeitei logo do Glaxo, entre
os nomes da Isabel e do Pedrinho. Estava cheia de razão. Afinal tinham
humanizado a lata de leite. Que o gato se chamasse Mimi e o cão Tótó, ainda vai,
apesar de estarmos nos nos 40-50, mas uma lata!.
Mas a história prometia. O Pedrinho
não crescia porque o leite da mãe não era bom e o das vacas era tão perigoso!
Felizmente a amiga Maria Luiza, mãe do Luizinho foi visitá-la e recomendou-lhe
Glaxo. O médico concordou e lá foi a Luiza à farmácia com o Tótó. Ao 3º dia o
Pedrinho já estava melhor e pedia mais leite.
Mas não era só o Pedrinho que
gostava do leite, também a Mimi e o Tótó se lambiam quando o bebiam. E a
Mariquinhas «a irmãzinha maior», que ainda não conhecíamos, também gostava
muito e mais feliz ficou quando o Pedrinho já começou a brincar com ela.
No final todos estão contentes,
sadios e brincam alegremente. Mas ninguém é tão feliz como a Isabel por ver o
seu filho tão formoso graça ao Glaxo, o excelente alimento para bébés.
FIM.
Como eu gosto destas histórias
simples!.
terça-feira, 22 de outubro de 2019
Um "Triclinium des Anciens" com mistério
Esta oferta do meu amigo Bernardo
Trindade deixou-me cheia de alegria. É uma gravura lindíssima que representa um
banquete romano que teve lugar no
triclinium, que à época correspondia à sala de jantar. No Império Romano,
as casas dos cidadãos mais abastados possuíam um pátio rodeado por colunas
designado peristilo. Era ao redor deste que se encontravam as salas mais
importantes e entre elas o triclínio, ou sala destinada aos banquetes. Designados symposium tiveram
a sua origem na Grécia, influenciados pelo reino da Lídia, passaram à Etrúria, e
posteriormente ao Imperio romano.
Nesta gravura vê-se a mesa em
U aberta para o exterior e, à sua volta, os leitos onde se deitavam os
convidados confortavelmente vestidos e normalmente descalços, como é o caso. Os simposium gregos era exclusivamente
masculinos enquanto nos romanos encontramos a presença feminina.
A refeição é acompanhada
por música e os escravos servem a refeição e oferecem as bebidas. Esta presença
de bebida durante a refeição leva-nos a orientar para o banquete romano, uma
vez que no grego as bebidas tinham lugar no final da refeição. A gravura mostra-nos
a presença do anfitrião no lugar de honra, dito do cônsul (o locus consularis) e, como era de regra, a
presença de 3 pessoas em cada um dos leitos.
Pensamos hoje como foi
possível comer deitado e achar isso confortável ou luxuoso. Terá sido no séc.
VII a.C. que os banquetes, que decorriam sentados, passaram a ser deitados, posição
que os etruscos assimilaram dos gregos e posteriormente o fizeram os romanos.
Nesta gravura de que eu desconheço
a origem uma vez que não consegui localizar a obra, (embora saiba que se encontrava
no tomo IV na p. 220, como se encontra escrito na parte superior da gravura), existe
uma discrepância: o anfitrião e uma das figuras apresentam-se com a cabeça
coberta. Como interpretar este facto sobretudo sem ter noção da obra e da data da gravura?.
Como esta é uma área que não
domino minimamente fica aqui o desafio para quem souber mais. Não é um Objecto
Mistério mas uma imagem mistério de que agradeço a ajuda no esclarecimento.
sábado, 12 de outubro de 2019
Uma compota de gamboas
Um presente de gamboas
obrigou-me a ir para a cozinha fazer doces. Esta fruta é muito semelhante aos
marmelos, mas menos ácida, pelo que se pode comer crua (facto que não
experimentei).
Quando falo num fruto ou
planta gosto de ir ver o nome latino e a família a que pertence, sobretudo
quando o conheço mal. Neste caso foi difícil porque não sei o nome da gamboa em
inglês e em português, mesmo artigos científicos dizem que o marmelo é a Cydonia Oblonga Miller. Apenas num dos
casos é feita a distinção entre o marmelo, (Cydonia
vulgaris Pers.) e a gamboa, (Cydonia
oblonga Miller), dizendo que são semelhantes em aspecto, mas como a gamboa
é menos ácida não precisa ser transformada em geleia ou marmelada. De qualquer
modo ou a gamboa é desconhecida ou então não percebo como as duas designações
são sinónimas.
Claro que não será uma
conserva muito duradoira, devido ao baixo ponto de açúcar. O que me fez lembrar
o autor anónimo de Arte Nova e Curiosa
para Conserveiros, Confeiteiros e Copeiros, livro publicado em 1788 que dava
uma receita em que as pêras depois de uma primeira fervura eram metidas em
açúcar em ponto de espadana para acabarem de cozer. Iam à mesa com a calda,
quentes ou frias, «e durão assim nesta calda perfeitas quatro dias». Era por
essa razão que o autor designou a receita: «Compota de peras para logo».
A minha vai ser mesmo para
logo, mas dada a quantidade há-de dar para muitos mais dias.
sábado, 28 de setembro de 2019
Escovas, escovas e mais escovas na Escovaria de Belomonte
Descobri a loja numa rua
íngreme do Porto, numa rota diferente da que costumo fazer nas minha voltas
pela cidade. Saindo do Largo de S. Domingos, onde tinha visitado o pequeno
Museu da Farmácia Moreno, chamou-me à atenção a placa esmaltada de fundo branco
com vários tipos de escova e as palavras «Escovaria de Belomonte» e, em baixo,
o nome do fundador «António da Silva».
Era hora de almoço e
encostando o nariz ao vidro para ver o interior comentei em alto: «Que pena. Está
fechada». De imediato surgiu o proprietário, o sr. Rui Rodrigues que, abrindo a
porta, nos convidou a entrar.
Tenho um fascínio por escovas sobretudo depois
que vi num episódio do Antique Roadshow,
uma colecção de escovas, feita por uma miúda de 12 anos, com variadíssimos
modelos adaptados a diferentes funções.
O sr. Rui Rodrigues, de
contacto fácil e amável, contou-nos a história da pequena fábrica iniciada em
1927, em Massarelos, pelo avô de sua mulher Olinda. Em 1938 o seu pai Fernando
Silva mudou-se para a Rua do Belomonte e foi o nome da rua que passou a
identificar a escovaria.
Após a sua morte ficou à frente da produção Rui
Rodrigues e uma funcionária, Maria de Fátima Fonseca, que aí trabalha há mais
de 40 anos. Mais tarde a eles se juntou o filho Sérgio, designer, que imprimiu
modernismo ao conceito.
Totalmente feitas à mão as
escovas apresentam-se feitas em vários tipos de madeira e nelas se utilizam
diferentes tipos de pêlo, como cerda de porco, crina de cavalo, pêlo de cabra, pêlo
de texugo, etc.
A produção varia com as encomendas
pelo que se podem ver, a par de produtos tradicionais, como piaçabas, vassouras
pequenas, de cabo, etc., escovas mais sofisticadas para fato e calçado e um sem
número de escovas de que ignoramos a função.
Um pequeno mundo fascinante
que dá prazer descobrir e trazer connosco uma daquelas escovas que, desde que a
descobrimos, nos faz crer que não podemos passar sem ela.
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
Frek o esfregão mágico
O conjunto encontrava-se ainda
no seu saco de plástico original, gasto e já sem a transparência inicial. Ligeiramente
dobrado foi necessário retirá-lo, submetê-lo a uma atmosfera húmida e endireitá-lo.
Um tratamento de luxo para um simples papel publicitário, na realidade a promoção de uma amostra de esfregão de cozinha.
Desconhecia a marca Frek e não encontrei qualquer registo
sobre ela. O número de telefone remetia-nos para os anos 60 e efectivamente
encontrei no Diário de Governo de 13-12-1967 uma alteração de estatuto, com a entrada
de novos sócios, da sociedade fundadora a «Transformadora de arames Ibérica»,
com sede em Sacavém.
Com o preço de 6,50 escudos o
Frek, era «um produto são e higiénico e económico pela sua duração» e anunciava-se
o ideal para as baterias de cozinha, louça e outro vasilhame. Era o período
áureo dos objectos de cozinha em alumínio que as donas de casa gostavam de
mostrar a brilhar, mas os produtores avisavam que só se devia usar com esse fim
quando estivesse na «macieza adequada».
Foi um precursor dos esfregões
verdes que hoje utilizamos e os promotores escolheram uma imagem do Gato Felix, o gato antropomórfico
nascido em 1919, para o promover irradiando alegria ao ver a sua imagem espelhada
no fundo brilhante de um fundo de tacho, seguramente de alumínio.
Sinceramente, não posso
perceber como este «esfregão mágico», saído da indústria nacional, não teve o
sucesso que merecia.
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
Ementa para engenheiros
Confesso que à primeira vista
não percebi logo que esta lista correspondia a uma ementa. Na verdade é uma
ementa para uma reunião de engenheiros que terá tido lugar no Instituto
Superior Técnico em 14 de Julho de 1934.
O novo projecto construído ao
cimo do que viria a ser chamada a Alameda, em Lisboa, iniciado em 1927, foi
obra do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro e do engenheiro Duarte Pacheco. O
ano lectivo de 1935 foi o primeiro ano em que se iniciaram as aulas nas novas
instalações. Com base nesta data pensamos que a ementa possa corresponder a um
lanche ou pequeno banquete, servido pela Pastelaria Bénard, sendo provável que
tivesse servido para comemorar o final das aulas no antigo Instituto Técnico
fundado em 1911[1].
IST. Arquivo fotográfico da CML. |
Esperemos que o repasto tenha sido melhor do que o Inventário de Armazém nos faz crer.
[1] Não
posso excluir que se tratasse de uma comemoração da aprovação dos Estatutos da
Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico, que havia sido
publicada no Diário do Governo em 5-3-1934 (n.º 52/1934, Série I) mas o espaço
de tempo decorrido torna menos provável esta hipótese.
terça-feira, 27 de agosto de 2019
A romã na nossa vida e na arte
Foi um presente de romãs ainda
verdes mas abertas mostrando os seus grãos de um vermelho reluzente que
desencadeou este poste. Apeteceu-me imediatamente fotografá-las pela sua
beleza e utilizei um prato verde das Caldas da Rainha para, no conjunto, formar
uma peça bordaliana.
A palavra romã (Punica granatum L.) provém do antigo
nome semítico “rummanu”, que deu ” rimmon” em hebreu e “roummana” em
árabe[1]. Mais tarde as línguas grega
e latina usaram a expressam genérica “malum” ou “pomum granatum” (i.e. cheio de
sementes), onde a língua inglesa foi buscar o pomegranate. José Pedro Machado dá-nos a origem a partir do latim rõmãna (¨mala), «(maçã) romana)»[2].
Antonello de Messina |
A presença da romã no Oriente
esta provada arqueologicamente desde o 4º milénio aC e no Egipto desde o 2º milénio
bC[3]. Apesar de na Península
Ibérica dever anteceder a sua identificação arqueológica no século 6º bC na
região costeira aonde chegaram os fenícios e que provavelmente corresponde à
introdução da árvore na Andaluzia.
Pormenor menino Jesus com romã. Sandro Boticelli. |
Desde sempre esteve associada
à fertilidade e à abundância, é essa a simbologia que encontramos na sua presença
no bordado de Castelo Branco.
Durante a idade Média e a Renascença
vamos encontrá-la em obras como a de Antonello da Messina “Nossa Senhora com o
menino” (c. 1460), existente na National Galery em Londres ou na pintura de Sandro
Botticelli “Nossa Senhora da romã” (1481) existente na Galeria dos Uffizi em
Florença onde o menino Jesus segura uma romã, como um fruto símbolo da vida. Este
é um dos exemplos em que os alimentos estão presentes na Arte da Renascença com
poderes simbólicos.
Luiz Melendez, 1771 |
Mas a romã atraiu muitos
outros pintores como Melendez ou Simeon Chardin (1763) presente no Museu do Louvre. Não esquecendo
a nível nacional a sua representação por Maluda, num dos mais felizes dos seus
quadros e de que já falei anteriormente.
Maluda, 1984 |
[1] Lorenzo
Nigro; Federica Spagnoli. Pomegranate (Punica granatum L.) From motya and its deepest oriental roots.
[Vicino Oriente XXII (2018), pp. 49-90]. Consulta online.
[3] Lorenzo Nigro; Federica
Spagnoli. Pomegranate (Punica granatum L.)
From motya and its deepest oriental roots. [Vicino Oriente XXII (2018), pp.
49-90]. Consulta online.