A todos os leitores do blog os meus desejos de feliz Ano Novo com muitos sonhos concretizados, por mais fantasiosos que sejam, e
aventuras extraordinárias.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Associação de ideias: outras frutas
Esta tangerina dos Açores, que um amigo me trouxe para comparar com o limão galego que nasce na mesma ilha, lembrou-me um pratinho de louça das Caldas com pequenas laranjas ou tangerinas.
Aqui ficam as semelhanças e uma associação de ideias.
Aqui ficam as semelhanças e uma associação de ideias.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
O Pai Natal em bordados
Trabalhos de arte aplicada inimagináveis nos dias de hoje, que nos fazem pensar como tudo mudou tão rapidamente e nos questionam sobre os ganhos conseguidos.
Imagens de um tempo
mais lento quando as aparições do Pai Natal eram mais raras e os seus presentes
mais mágicos.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
O presépio português de Jorge Barradas
O meu primeiro encontro com
a obra de Jorge Barradas (1894-1971) foi na década de 70, em ano que não
consigo precisar, quando vi uma exposição sua na galeria de S. Mamede em
Lisboa.
Jorge Barradas foi um
artista multifacetado, tendo sido pintor, ceramista, ilustrador e caricaturista.
Em todas as suas facetas, seja na versão humorística ou realística teve sempre
a arte de representar as suas personagens de uma forma simples e delicada. A
sua iconografia, com o recurso a imagens de cariz popular, sobretudo vista agora
à distancia, revela-nos a essência do povo português.
A sua obra foi divulgada em
jornais e revistas de que se salientam
as capas para o ABC com figuras femininas estilizadas, ao gosto dos anos
20, que competiam com outras imagens mais populares surgidas noutras revistas
em que colaborou como na Ilustração, Diário de Lisboa, Contemporânea,
Ilustração Portuguesa, Magazine
Bertrand, entre outras.
Hoje, e adaptado à época natalícia, fica
a imagem de um presépio feito por Jorge Barradas, em 1942, destinado a ser recortado e montado.
Felizmente tal não aconteceu e ficou inteiro para poder ser mostrado. Feliz
Natal.
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Uma natureza morta de Margaret Preston
«Decoração sem ornamentação»
era um dos aforismos usados por Margaret Preston (1875-1963), nome de casada de
Margaret Rose McPherson, pintora australiana modernista.
A natureza morta aqui
apresentada impressionou-me pela simplicidade do traço e pela depuração dos
elementos. O quadro designado «Implement Blue» foi pintado em 1927 e atribui-se-lhe a influência de Léger, nas formas cilíndricas e curvilíneas.
Depois de ter
tirado um curso de arte em Sidney, Margaret Preston foi para a
Europa e estudou em Munique e Paris. Foi em Paris, onde frequentou o Museu Guimet,
que tomou contacto com pintores pós-impressionistas, como Matisse e Kadinsky
entre outros, bem como teve conhecimento dos fundamentos da arte japonesa que
se iriam reflectir nalgumas das suas obras.
No regresso à Austrália dedicou-se
à pintura, aos desenhos, à impressão e a muitos outros tipos de arte moderna na
época, como colagens, utilizando elementos como a madeira e o linóleo.
Com o seu extenso
trabalho experimental tornou-se na mais inovadora artista da sua geração e uma
das primeiras a incorporar a arte aborígene nas suas influências, em especial nas
naturezas mortas com flores.
domingo, 7 de dezembro de 2014
O pão-de-quartos da Covilhã
Quando eu era pequena o pão
que se comia em minha casa era o pão-de- quartos. Claro que não era só em minha
casa e, ainda há pouco tempo, a minha amiga Alda, natural da Covilhã, publicou
no facebook uma mesa de refeição em que estava presente um pão desse tipo.
Apesar de estarem presentes vários alimentos foi o pão que suscitou maior entusiasmo entre aqueles que dele se recordavam.
Claro que eu fui uma delas. Até
porque foi um pão que desapareceu substituído pelas novas formas, idênticas em
todo o país. É pois natural que tenha ficado entusiasmada quando na minha
última ida à Covilhã encontrei o dito tipo de pão.
A forma deste pão é-lhe dada cortando com a mão ou cutelo o pão em cruz semelhando a junção de quatro bolas. A sua forma permite ir cortando à mão cada uma delas
que corresponde a um quarto do pão e daí a designação.
Mas nem só de forma vive o
pão e o mais importante é a massa. Era um pão alvo, feito de farinha de trigo,
mas compacto. Muito agradável no sabor.
Este que comprei apresenta a
mesma forma e é portanto um verdadeiro pão-de-quartos. Mas quando o
experimentei tive uma enorme decepção. Era um pão de padaria industrial igual a
outros de diferentes feitios, sem história, e que não conseguiu fazer-me
regressar aos meus tempos de menina e moça. Uma pena.
De qualquer modo fica aqui o
registo até porque daqui a algum tempo já não há ninguém que se lembre dele e um
dos netos do antigo padeiro é capaz de pensar: «Mas que perda de tempo juntar 4
bolas. Porque não se hão de vender separadas que é mais prático e fica mais
barato?».
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Os pastores e o queijo da Serra da Estrela
Esta fotografia data de 1914
e foi tirada por Artur Ricardo Jorge (1886-1975) que, apesar da sua formação em
Medicina, se dedicou às Ciências. O seu interesse pela Botânica e pela Zoologia
fê-lo empreender várias visitas de estudo por diferentes países.
Esta foto tirada na Serra da Estrela mostra-nos três pastores com os trajes tradicionais. Todos se apresentam com um chapéu de feltro de aba larga, botas de carneira ensebadas e a proteger a região lombar têm enrolado um pano preto, em faixa.
Esta foto tirada na Serra da Estrela mostra-nos três pastores com os trajes tradicionais. Todos se apresentam com um chapéu de feltro de aba larga, botas de carneira ensebadas e a proteger a região lombar têm enrolado um pano preto, em faixa.
Os mais velhos apoiam-se em cajados que vão servir
para orientar os animais, de suporte na caminhada e de defesa. São estes os mais protegidos do frio,
com camisas, sobre as quais levam coletes simples, embora um deles tenha
virados arredondados, e sobre estes o casaco de surrobeco. No ombro, aguardando
o baixar da temperatura, está a capa dobrada e, para melhor se protegerem, usam
sobre as calças safões feitos de pele de ovelha.
Quanto ao jovem à direita, usa a chamada «camisola de pastor», uma camisa grossa de xadrez, neste caso sem aplicações ou rendilhados, que esses ficavam para os dias de festa. Sobre esta um colete de trespasse, com virados redondos, e vários botões em duas fiadas. Na mão segura a «ferrada», um utensílio em folha-de-flandres com asa, para a recolha do leite das ovelhas.
Quanto ao jovem à direita, usa a chamada «camisola de pastor», uma camisa grossa de xadrez, neste caso sem aplicações ou rendilhados, que esses ficavam para os dias de festa. Sobre esta um colete de trespasse, com virados redondos, e vários botões em duas fiadas. Na mão segura a «ferrada», um utensílio em folha-de-flandres com asa, para a recolha do leite das ovelhas.